Tribunal reconhece abuso de fé e coação emocional por parte de pastor da igreja IURD em Recife
Introdução
Um caso envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus tem gerado grande repercussão no meio cristão e jurídico. Um ex-membro da igreja foi indenizado pela Justiça de Pernambuco após doar praticamente todos os seus bens motivado por promessas espirituais. A decisão abre espaço para reflexões sobre os limites da fé e o papel da liderança religiosa diante da vulnerabilidade dos fiéis.
Ex-fiel vendeu padaria e entregou valor à igreja
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O episódio ocorreu na unidade da IURD localizada no bairro Santo Amaro, em Recife (PE). Segundo os autos, um homem de 50 anos, que atuava como padeiro, vendeu a padaria que sustentava sua família para fazer uma grande oferta à igreja. O fiel acreditava que esse “sacrifício financeiro” resultaria em transformação total de vida.
Áudios anexados ao processo mostram que o pastor o teria pressionado, afirmando que, sem esse ato de fé, sua vida não mudaria e que o “diabo usaria a ex-mulher para tirar tudo dele”.
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Tribunal reconhece coação e manipulação da fé
A decisão foi proferida pela 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que determinou que a igreja deverá indenizar o ex-fiel em R$ 30 mil. Para o relator, desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, ficou claro que houve abuso de poder religioso e exploração emocional.
“A imposição de tais expectativas, positivas e negativas, explorando a fé e a fragilidade emocional, excede os limites da liberdade religiosa”, afirmou o magistrado.
A sentença ressalta que, embora a liberdade religiosa seja garantida pela Constituição, ela não pode se sobrepor à dignidade da pessoa humana nem ser usada para manipular emocionalmente os fiéis.
Universal diz que doações são voluntárias
Em nota oficial, a Igreja Universal declarou que todas as doações realizadas por seus membros são voluntárias e protegidas por lei. Afirmou ainda que o homem em questão era “esclarecido e plenamente capaz de tomar suas decisões” e que irá recorrer da sentença, alegando que não teve oportunidade de apresentar provas no processo.
Especialistas alertam para manipulação emocional
Juristas e psicólogos ouvidos por veículos de imprensa destacaram que esse tipo de conduta não é um caso isolado, e sim um padrão que pode ocorrer em ambientes onde líderes exercem autoridade espiritual absoluta.
Especialistas classificam esse tipo de abordagem como exploração da fé alheia, com riscos de causar danos psicológicos profundos. Para o meio jurídico, a decisão pode se tornar um precedente importante para proteger fiéis em contextos semelhantes.
Reflexão cristã: fé genuína não se compra
Esse episódio serve de alerta à igreja brasileira: a fé não pode ser mercantilizada, e a integridade pastoral deve sempre respeitar a liberdade, o discernimento e a saúde emocional dos membros.
A Palavra de Deus nos adverte:
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males…” – 1 Timóteo 6:10
Que os líderes espirituais sejam vigilantes quanto ao seu papel e chamados a pastorear com responsabilidade, servindo e cuidando do rebanho sem buscar interesses próprios.
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